Conservación

Serra das Almas - Crateús

Descripción

RESPONSABLE 

PCMBr (Programa para a Conservação dos Morcegos no Brasil).


A AICOM Serra das Almas - Crateús apresenta, dentre as 27 espécies registradas até o momento para a Reserva Serra das Almas (RSA), cinco incluídas em listas vermelhas de espécies ameaçadas: 

Para a IUCN Red List of Threatened Species (2018): Natalus macrourus categoria Near Threatened (NT); Micronycteris sanborni categoria "Data Deficient (DD)"; Chiroderma vizottoi categoria "Data Deficient (DD)"; Tonatia categoria "Data Deficient (DD)"; Lonchophylla inexpectata espécie recentemente descrita sem avaliação pela IUCN.

Natalus macrourus também está incluída nas seguintes listas nacionais: Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Portaria MMA nº 444/2014) e Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção (ICMBio/2016). Não existe uma Lista da Fauna Ameaçada para o Estado do Estado do Ceará que informe o status de conservação e quais espécies estão ameaçadas regionalmente.

Serra das Almas é uma área montanhosa no Planalto da Ibiapaba, constituída por rochas sedimentares da “Formação Serra Grande”, compostas por arenitos e arenitos conglomerativos. Cavernas de outras áreas do Planalto da Ibiapaba, do Grupo Ubajara (ex, Parque Nacional de Ubajara) são bem conhecidas e estudadas do ponto de vista espeleobiológico (Trajano 1987; Trajano e Ferrarese 1994), revelando o alto potencial de toda a região. A Serra das Almas possui litologia claramente favorável à formação de cavidades subterrâneas como cavernas areníticas, que são utilizadas como abrigos diurnos por morcegos. A gestão da RPPN Serra das Almas (RSA Serra das Almas) é privada, realizada pela ONG Associação Caatinga. Existe Plano de Manejo atualizado e implantado, porém não há ações efetivas de conservação da quiropterofauna.

O fato de a Caatinga ser um bioma que ocorre exclusivamente no Brasil, distribuído por 11% do território brasileiro, e que até cerca de uma década atrás teve metade de sua vegetação nativa destruída (MMA 2011), bem como várias áreas em processo de desertificação (Drumond et al. 2014), torna a implantação dessa AICOM fundamental.

É importante destacar que a legislação brasileira, através da recente revisão do Código Florestal Brasileiro, abriu brechas para a destruição de parcelas significativas de áreas com vegetação nativa, o que inclui o Bioma Caatinga e o Decreto Federal nº 6.640 de 2008, possibilitou a destruição de cavernas sem estudos suficientes para a devida caracterização desses sistemas, o que amplia as pressões e ameaças a esses animais.


DESCRIPCIÓN GENERAL DEL ÁREA 

 

O Planalto da Ibiapaba ou Chapada da Ibiapaba é um afloramento de rochas sedimentares da borda da bacia sedimentar do Parnaíba. O soerguimento da área formou uma cadeia montanhosa, que abrange todo o oeste do Estado do Ceará (Brasil), com altitudes que variam de 390 a 990 metros. Divide-se em Planalto Norte a e Planalto Sul da Ibiapaba, onde o Rio Poti seria a linha de divisão entre a porção norte e sul do Planalto. Apresenta clima quente e úmido em sua porção oriental é quente e semiárido em sua porção ocidental (Associação Caatinga 2012).  A região da Reserva Serra das Almas (RSA), segundo a classificação de Köppen, acha-se incluída no tipo “BSh”, clima semi-árido quente, caracterizado por escassez de chuvas e grande irregularidade em sua distribuição (Alvares et al. 2013), onde a estação chuvosa que se estende de outubro a abril e a estação seca de maio a setembro. A pluviometria média anual é de 870 mm e temperatura média anual de 26,5ºC (INMET 2017).

Localizada na porção sul do Planalto da Ibiapaba (3° 52′ 47″ S; 40° 57′ 50″ W), RSA, inserida no Bioma Caatinga, apresenta um mosaico de fitofisionomias que incluem Caatinga sensu stricto (formação não florestal estacional arbórea/arbustiva decídua espinhosa), Carrasco (formação estacional arbustiva densa decídua montana) e Mata Seca (formação florestal estacional decídua submontana), com diversas espécies endêmicas e uma rica biodiversidade. Destaca-se que a vegetação de Carrasco é encontrada apenas em duas áreas no Estado do Ceará: Serra das Almas e Chapada do Araripe. Sendo a Caatinga um bioma que se distribui por 11% do território brasileiro, preocupam os dados que mostram que até há cerca de uma década metade de sua vegetação nativa tenha sido destruída (MMA 2011) e várias áreas estão em processo de desertificação (Drumond et al. 2014).

A Serra das Almas é classificada como área de “Muito Alta Importância Biológica”, sendo uma das 82 áreas prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Caatinga (MMA 2002). É reconhecida pela Unesco como Posto Avançado da Reserva da Biosfera por abrigar uma representativa parte da caatinga no sertão do município de Crateús (CE).Apesar da sua importância e reconhecimento, a reserva tem sofrido pressões antrópicas na forma de caça ilegal e pela propagação de fogo. Rodeada por 19 comunidades, com aproximadamente 1.700 famílias vivendo em seu entorno, a área da reserva e constantemente invadida por caçadores (Associação Caatinga 2012).

Na região de Serra das Almas, registra-se atualmente 305 espécies vegetais e sua fauna caracteriza-se pela presença de35 espécies de anfíbios, 50 de répteis, 231 de aves e 52 de mamíferos (Associação Caatinga 2012; Silva et al. 2015; Dias et al. 2017). Conforme citado acima, nesta região podem ser encontradas duas espécies de morcegos endêmicas, uma com pouca ou nenhuma informação e uma quase ameaçada, que sofrem pela perda ou degradação do hábitat (fonte de alimento e abrigo).

A área de 4.080 hectares proposta para a implantação da AICOM Serra das Almas - Crateús (Figura) abrange toda a porção montanhosa da RSA acima da cota de 500 metros e compreende a parte central e leste da RSA onde a cobertura vegetal é predominantemente de Caatinga arbórea secundária e Mata Seca. Esta região é contígua a uma área com maior grau de integridade coberta com Caatinga conservada e Mata Seca na porção central, com predominância de Carrasco conservado na porção oeste.

MAPA DE SERRA DAS ALMAS-CRATEÚS

 

Mapa de Serra das Almas

Limite da AICOM Serra das Almas- Crateús, CE, Brasil.


ACTORES INVOLUCRADOS 

 

  • PCMBrasil para ações de conservação e profissionais capacitados para assessorar e implementar ações de educação ambiental e capacitações, bem como busca de auxilio financeiro.
  • Instituto Resgatando o Verde, pesquisa e capacitação, implementação de ações e busca de auxílio financeiro.
  • ONG Associação Caatinga – gestão da RPPN e promoção de turismo.
  • Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Ceará (SEMACE), corpo técnico habilitado para apoiar fiscalizar e combater incêndios.
  • A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Crateús não desenvolve nenhuma ação permanente na região de Serra das Almas, mas está disposta a auxiliar.
  • Universidade Federal do Ceará e Universidade Estadual do Ceará, corpo técnico com pesquisadores que desenvolvem projetos e participam do planejamento de ações para a conservação da Serra das Almas.

ACCIONES PREVISTAS PARA CONSERVACIÓN, EDUCACIÓN E INVESTIGACIÓN 

 

PCMBrasil e o Instituto Resgatando o Verde apresentarão:

  • Plano de proteção e conservação dos morcegos desta região, como uma referência para os morcegos da Caatinga, fomentando e intensificando as pesquisas sobre a quiropterofauna, e auxiliando na produção de resultados para nortear ações de conservação e recuperação de áreas degradadas na area da AICOM e áreas de entorno.
  • Plano de fomento, capacitação de agentes multiplicadores e sensibilização dos parceiros envolvidos, auxiliando as instituições governamentais na inclusão de Programas de Educação Ambiental na região de Crateús (Ceará).

Para o desenvolvimento das ações propostas o PCMBrasil e o Instituto Resgatando o Verde, em parceria com outras ONGs, órgãos ambientais municipais e iniciativa privada, incentivarão e fortalecerão atividades educativas e elucidativas sobre a fauna de morcegos na rede de ensino da região e ações educativas com visitantes e comunidades locais para atrair mais turistas para a região.


LOCALIZACIÓN DEL ÁREA 

 

A Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra das Almas (RPPN Serra das Almas), ou Reserva Serra das Almas (RSA), está situada entre os limites oeste do Município de Crateús (Ceará) e limites leste do Município de Buriti dos Montes (Piauí), nas seguintes coordenadas geográficas: 5°15’e 5°00’S e 40°15’e 41°00’L. A RSA é uma área de 6.146 hectares, localizada na porção sul do Planalto da Ibiapaba. 

Área da RPPN Serra das Almas

Área da RPPN Serra das Almas (RSA Serra das Almas) (Crateús, Ceará).

O Planalto da Ibiapaba é constituído por rochas sedimentares da “Formação Serra Grande”, compostas por arenitos e arenitos conglomerativos. Cavernas de outras áreas do Planalto da Ibiapaba, do Grupo Ubajara (ex, Parque Nacional de Ubajara) são bem conhecidas e estudadas do ponto de vista espeleobiológico (Trajano 1987; Trajano e Ferrarese 1994), revelando o alto potencial de toda a região. Embora a Serra das Almas não tenha sido, objeto de estudos espeleobiológicos, a litologia claramente favorável à formação de cavidades subterrâneas como cavernas areníticas, que são intensivamente utilizadas como abrigos diurnos por morcegos.


PRINCIPALES ESPECIES A PROTEGER 

 
FAMILIA PHYLLOSTOMIDAE

Subfamilia Lonchophyllinae

 

Lonchophylla inexpectata

Lonchophylla inexpectata (Moratelli & Dias, 2015)

Morceguinho beija-flor da Caatinga

Foto: Alexandre P. Cruz

Distribuição:

Registro apenas para o Brasil, até o momento, nos Estados do Ceará (Reserva Serra das Almas), Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia (localidade-tipo). Não há registro fora do Brasil. Espécie endêmica do Bioma Caatinga.

 

Estado de Conservação:

“Não registrada”.

 

Comentários:

Espécie recentemente descrita. Não existem informações suficientes sobre o seu “status”, tipos de ameaças e exigências ecológicas. Espécie endêmica do Bioma Caatinga.

 

 

FAMILIA PHYLLOSTOMIDAE
Subfamilia Stenodermatinae

Chiroderma vizottoi

 

Chiroderma vizottoi (Taddei & Lim, 2010)

Morcego de olhos grandes da Caatinga

Foto: Alexandre P. Cruz

Distribuição:

Até o momento restrita ao Brasil, à localidade-tipo no Estado do Piauí e à Reserva Serra das Almas, no Ceará. Não há registro fora do Brasil. Espécie endêmica do Bioma Caatinga.

 

Estado de Conservação:

IUCN “Data Deficient” (DD).

 

Comentário:

Espécie recentemente descrita. Não existem informações suficientes sobre “status”, tipos de ameaças e exigências ecológicas. Espécie endêmica do Bioma Caatinga.

 

 

FAMILIA PHYLLOSTOMIDAE

Subfamilia Micronycterinae

Micronycteris sanborni

Micronycteris sanborni (Simmons, 1996)

Morceguinho de peito branco da Caatinga

Foto: Alexandre P. Cruz

Distribuição:

Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Bahia. Não há registro fora do Brasil. Espécie endêmica do Bioma Caatinga.

 

Estado de Conservação:

"Data Deficient (DD)". Não registrada na IUCN

 

Comentário:

Apesar de ser uma espécie com distribuição conhecida, não existem informações suficientes sobre seu status regional, ameaças e exigências ecológicas.

 

 

FAMILIA PHYLLOSTOMIDAE 

Subfamilia Phyllostominae

Tonatia bidens

 

Tonatia bidens (Spix, 1823)

Morcego orelhudo

Foto: Alexandre P. Cruz

 

Distribuição:

No Brasil nos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Norte da Argentina, nordeste da Bolívia e norte do Paraguai.

 

Estado de Conservação

IUCN “Data Deficient” (DD).

 

Comentário:

Não existe informação disponível sobre o “status” de conservação das diferentes populações desta espécie, apesar de ser uma espécie com distribuição conhecida. Ações de pesquisa sobre taxonomia e “status” populacional são necessárias.

 

FAMILIA NATALIDAE

Natalus macrourus

 

Natalus macrourus (Gervais, 1856)

Morcego orelha de funil

Foto: Alexandre P. Cruz

 

Distribuição:

Brasil (estados do Pará e Rio Grande do Norte até São Paulo), Bolivia e Paraguai.

 

Estado de Conservação

IUCN Near Threatened (NT).

 

Comentário:

Espécie fortemente associada a abrigos com distribuição fragmentada (fendas e cavernas). Embora não haja informações sobre suas exigências ecológicas, a raridade da espécie indica pelo menos o “status” “Vulnerável” (VU).


 

LISTADO DE ESPECIES EN EL ÁREA 

 

FAMILIA PHYLLOSTOMIDAE

   Subfamilia Micronycterinae

  • Micronycteris sanborni*

   Subfamilia Phyllostominae

  • Lophostoma cf. brasiliense
  • Phyllostomus discolor
  • Phyllostomus hastatus
  • Tonatia saurophila
  • Tonatia bidens*
  • Trachops cirrhosus

   Subfamilia Desmodontinae

  • Desmodus rotundus

   Subfamilia Glossophaginae

  • Anoura geoffroyi
  • Glossophaga soricina

   Subfamilia Lonchophyllinae

  • Lonchophylla inexpectata*

   Subfamilia Carollinae

  • Carollia perspicillata

   Subfamilia Stenodermatinae

  • Artibeus lituratus
  • Artibeus planirostris
  • Artibeus obscurus
  • Chiroderma vizottoi*
  • Dermanura cinerea
  • Platyrrhinus lineatus
  • Sturnira lilium

FAMILIA MORMOOPIDAE

  • Pteronotus parnelli
  • Pteronotus gymnonotus

FAMILIA NOCTILIONIDAE

  • Noctilio leporinus

FAMILIA NATALIDAE

  • Natalus macrourus*

FAMILIA MOLOSSIDAE

  • Molossus molossus

FAMILIA VESPERTILIONIDAE

  • Eptesicus furinalis
  • Myotis lavali
  • Myotis riparius

FOTOS DEL ÁREA 

 

Caatinga

 

 

Carrasco

Detalles específicos

Código A-BR-002
Especies a proteger Anoura geoffroyi, Artibeus lituratus, Artibeus obscurus, Artibeus planirostris, Carollia perspicillata, Chiroderma vizottoi, Desmodus rotundus, Eptesicus furinalis, Glossophaga soricina, Lonchophylla inexpectata, Lophostoma brasiliense, Micronycteris sanborni, Molossus molossus, Myotis lavali, Myotis riparius, Natalus macrourus, Noctilio leporinus, Phyllostomus discolor, Phyllostomus hastatus, Platyrrhinus lineatus, Pteronotus gymnonotus, Pteronotus parnelli, Sturnira lilium, Tonatia bidens, Tonatia saurophila, Trachops cirrhosus
Justificación Criterio 1, Criterio 2, Criterio 3
Localización del Área
Amenaza Amenaza 1, Amenaza 2

Ubicación

Brasil